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Megaoperação em todo o Brasil prende 1029 suspeitos de homicídios e feminicídios

por Editoria Delegados

Operação Cronos tem o apoio do Ministério da Segurança Pública e é coordenada pelo Conselho Nacional dos Chefes de Polícias Civis

  Policiais civis cumprem mandados de prisão em Porto Alegre

Policiais civis de todo o país foram às ruas dos 26 estados e do Distrito Federal, desde a manhã desta sexta-feira (24), numa megaoperação que prevê o cumprimento de mandados de prisão de suspeitos de homicídios e feminicídios (consumados ou tentados).

Balanço divulgado às 16h30 apontava que, em todo o país, 1.029 suspeitos foram detidos e 79 adolescentes, apreendidos. Além disso, 66 armas e 150 quilos de drogas foram apreendidos. Ao todo, participaram 6.621 policiais civis nos 26 estados da federação e no Distrito Federal.

Dentre os presos, 14 foram pela prática de feminicídio, 225 por homicídio, 143 por crimes relacionados a Lei Maria da Penha e 421 por “crimes diversos”, pegos em flagrante. Também foram autuados em flagrante 224 indivíduos pelos delitos de tráfico de drogas, posse/porte irregular de arma de fogo, entre outros.

“Com a prisão dos autores de homicídios e feminicídios, espera-se o impedimento da prática de novos crimes”, informou o ministério da Segurança Pública, em nota. “É, na prática, o que representa o Susp (Sistema Unificado de Segurança Pública). Uma atuação unificada das inteligências de operações com a participação do Ministério Público e do Judiciário para combater a violência”, afirmou o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann.

Coordenada pelo Concpc (Conselho Nacional dos Chefes de Polícias Civis), a ação foi definida após reunião no mês passado com Jungmann. Em alguns estados, também são realizadas prisões de pessoas que descumpriram medidas protetivas previstas na Lei Maria da Penha.

Emerson Wendt, delegado e presidente do Concpc, informou ao UOL que todos os mandados expedidos são de prisões temporárias e preventivas. “O foco principal da operação é preservação da vida e do tempo natural da vida das pessoas, que é o que é cortado pelos autores. Também em razão aos dados do número de homicídios divulgados recentemente. A gente quer dar uma resposta a isso”, afirmou.

Segundo o Anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, divulgado neste mês, 2017 foi o ano com mais mortes violentas intencionais registradas no Brasil na série histórica feita pelo órgão, desde 2013. Foram 30,8 mortes para cada 100 mil habitantes no ano passado. Em números absolutos, 63.880 pessoas foram assassinadas em todo o país, o que representou aumento de 3% em relação a 2016.

Ainda de acordo com o delegado, a operação continua durante o dia. “Entre o fim de hoje e a manhã de amanhã, vamos contabilizar e poder diferenciar quem foi preso por homicídios, quem foi por feminicídio ou até mesmo em possíveis flagrantes”, disse. Segundo ele, poucos detidos têm mandado de prisão temporária. “A grande maioria tem prisão preventiva proferida já por sentença condenatória”, afirmou.

Só no estado de São Paulo, durante a manhã, foram presas ao menos 37 pessoas, segundo o Departamento de Capturas, que integra o DHPP (Delegacia de Homicídio e de Proteção à Pessoa). O delegado Osvaldo Nico Gonçalves informou que há, inclusive, homens “com longa ficha corrida por esses tipos de crimes”.

A operação foi batizada de Cronos. Segundo o ministério, o nome faz referência “à supressão do tempo de vida da vítima, reduzido pelo autor do crime”. A operação segue em andamento.

UOL
 

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