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Bandidos utilizam desde a oferta de máscaras e álcool em gel até falsos testes para enganar vítimas

por Editoria Delegados

Por Raquel Kobashi Gallinati

Raquel Kobashi Gallinati, presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo

A pandemia do coronavírus – covid-19 está causando apreensão em todo o País e, mais uma vez, bandidos estão se aproveitando das dúvidas da população para aplicar golpes, pela internet e por telefone. Já foram detectados golpes que estão sendo aplicados por telefone e redes sociais, principalmente whatsapp.

“Os marginais ficam à espreita, aguardando uma situação que seja favorável à aplicação do golpe. Com a quarentena e a desinformação que ocorre na internet pela disseminação de fake news, os estelionatários encontram o ambiente perfeito para agir, aproveitando as dúvidas das pessoas.”

No último dia 15, em Santos, uma idosa foi enganada por estelionatárias que se passaram por funcionárias de banco e teve R$ 14 mil de prejuízo. Uma mulher telefonou para a idosa informando ser funcionária do banco e que ela teve o cartão clonado. Por conta disso, o banco bloqueou o cartão e solicitou diversas informações para a vítima.

Após conseguir os dados, por telefone, a golpista informou que mandaria uma funcionária buscar o cartão na casa da vítima, visto que ela é do grupo de risco e não deveria sair de casa para entregar o cartão clonado na agência. Sem desconfiar de nada, a idosa Maria da Conceição Macena Pereira abriu a porta para a suposta funcionária e entregou seu cartão. A golpista foi flagrada pelas câmeras de monitoramento do prédio entrando com o rosto coberto por uma máscara, para prevenir a transmissão do vírus.

Quando contou os fatos para o filho e ele fez o alerta de que ela foi vítima de um golpe, as marginais já haviam sacado R$ 4 mil e feito R$ 10 mil em compras com o cartão.

 

“Os estelionatários são convincentes, falam bem e são persuasivos.” “A principal dica é: desconfie sempre, porque sem informação, o estelionatário não consegue nada”, lembrando que o golpe só é possível a partir das informações fornecidas pela própria vítima.

Conheça os principais golpes:

– Oferta de cadastro para fazer teste do coronavírus, ganhar máscaras, luvas ou álcool gel.

A vítima recebe a mensagem, que muitas vezes pode ter sido compartilhada de forma ingênua até por pessoa conhecida, com um link para clicar e fazer o cadastro. O link direciona a vítima para um site falso, onde é solicitado que ela preencha um cadastro com dados pessoais e número de celular. Nesse momento, o número é bloqueado e o estelionatário exige dinheiro para fazer o desbloqueio.

– Cadastro para receber a renda cidadã que será paga pelo Governo e pode chegar a R$ 1.200,00.

A vítima recebe um falso e-mail ou mensagem com um link para se cadastrar e receber o dinheiro. Nesse link, são solicitados os dados pessoais e do cartão bancário, inclusive o código de segurança. Quando esses dados são informados, o cartão é clonado e as informações usadas para compras pela internet.

– Pedidos de doações para hospitais filantrópicos

Por telefone, golpistas ligam para as vítimas se identificando como representantes de um hospital da região e pedindo doações, informando uma conta para depósito ou até mesmo oferecendo para retirar o dinheiro presencialmente. Normalmente esse golpe tem origem dentro das cadeias.

– Oferta de vacina contra a covid-19

Marginais também oferecem por telefone e internet uma falsa vacina contra o coronavírus. Interessada na imunização, a vítima preenche um cadastro ou passa seu endereço por telefone para receber a dose. Quando os falsos agentes de saúde chegam, ela abre sua casa e é anunciado o roubo.

– Ligação do Ministério da Saúde

O Ministério da Saúde anunciou que está telefonando para 125 milhões de pessoas para levantar informações sobre a pandemia do coronavírus. O objetivo é identificar quem é do grupo de risco ou está com sintomas. Marginais estão simulando essa ligação para obter dados pessoais e bancários das vítimas.

A primeira característica da ligação real é que será identificado o número 136, do Disque Saúde oficial do Ministério da saúde. Se aparecer no identificador qualquer outro número, a chamada é falsa.

A ligação real também será feita por um robô, com uma voz artificial, não por um telefonista real. O robô vai perguntar somente seu nome, sua cidade, com quem você mora, se é do grupo de risco e se tem sintomas de covid-19.

Então é só ficar atento. Se tiver uma pessoa do outro lado da linha e ela perguntar nome, endereço ou qualquer outra informação, pode é golpe.

Como prevenir?

“Desconfie sempre”.

“Quando a oferta parece tentadora, é grande a chance de ser golpe. Não compartilhe nem clique em links de cadastro ou que oferecem alguma coisa”.

– Não entregue dinheiro ou transfira valores solicitados por mensagem ou ligação
– Não abra links enviados por e-mail ou aplicativos de mensagem
– Nunca faça download de software ou aplicativos de origem desconhecida e sempre verifique a fonte da informação.

Para denunciar, boletim de ocorrência eletrônico, visto que o atendimento presencial nas delegacias também está limitado em função do combate ao vírus, para proteção dos policiais e do público.

Em São Paulo, o endereço para fazer o boletim é https://www.delegaciaeletronica.policiacivil.sp.gov.br/ssp-de-cidadao/home.

Outros Estados também possuem serviço de delegacia online e o endereço pode ser encontrado através do google.

Do Estadão

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