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Associação pede autonomia para a Polícia Civil de Pernambuco

por Editoria Delegados

PE: Após polêmica com o governo federal, Adeppe encaminhou ofício ao governador Paulo Câmara pedindo um mandato de dois anos para o chefe da PCPE

A polêmica envolvendo o governo Bolsonaro, que substituiu o diretor-geral da Polícia Federal no final do mês passado, gerou preocupação entre as associações de segurança pública em Pernambuco. Com o objetivo de impedir interferência no trabalho da Polícia Civil no estado, a Associação dos Delegados de Polícia de Pernambuco (Adeppe) encaminhou, nessa segunda-feira, ofício ao governador Paulo Câmara, solicitando que seja enviada à Assembleia Legislativa uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que assegura mandato de dois anos para o chefe de Polícia Civil.

No dia 02 de abril deste ano, o delegado Nehemias Falcão assumiu a chefia da Polícia Civil em substituição a Joselito Kehrle. Na ocasião, em nota oficial, o Governo do Estado alegou que Joselito pediu para deixar a pasta alegando “questões pessoais”.

No ofício enviado nessa segunda-feira, a Adeppe pede ainda que seja desengavetado o projeto que cria a Lei Orgânica da PCPE, entregue à Chefia de Polícia no início de 2017. A criação da legislação poderá impedir problemas como remoções arbitrárias, munições vencidas e delegacias sem materiais de trabalho, uma vez que estabelece autonomia financeira, administrativa e inamovibilidade para a categoria.

Na avaliação do presidente da Adeppe, Bruno Bezerra, a sociedade exige que a investigação criminal esteja isenta de qualquer tipo de ingerência política”. A Associação ainda informa que a livre substituição do chefe de Polícia, atualmente por escolha do governador, causa “grande instabilidade” à PCPE durante investigações que envolvam políticos.

A Adeppe lembra, no ofício, que a interferência política no trabalho policial é uma preocupação do próprio Governo do Estado, conforme consta em publicação no Instagram oficial do Executivo Estadual, no dia 24 de abril. Na ocasião, foi registrado: “A saída do Ministro Moro evidencia a instabilidade do governo federal, mas preocupa também por outra revelação contundente: a ameaça de ingerência política nas ações policiais”.

 

JC

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