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Delegados de Alagoas criam sindicato, reprovam militarização e cobram resgate de funções

por Editoria Delegados

AL: Fundação e eleição da diretoria do Sindepol deve ser confirmada nesta segunda-feira

 

Um grupo de delegados da Polícia Civil de Alagoas se uniu e deve oficializar, na manhã desta segunda-feira (15), a fundação do Sindicato dos Delegados de Polícia Civil do Estado de Alagoas (Sindepol/AL). Até agora, uma chapa se apresentou como concorrente e já conta com apoio da maioria. Deste modo, o presidente deverá ser o delegado José Carlos André dos Santos, da turma mais nova da instituição. O aposentado Flávio Saraiva será o vice. Internamente, o que mais está incomodando a categoria são a militarização da Segurança Pública e o resgate das atribuições, que teriam sido usurpadas.

 

A assembleia desta segunda está marcada para começar às 9 horas, no auditório do Hotel Ponta Verde, e terá como pautas principais a criação do sindicato, a aprovação do estatuto, além da eleição e posse da diretoria. O delegado José Carlos André, atualmente titular do Distrito Policial do Pilar, na Região Metropolitana, informou que, após a fundação da entidade, uma lista de prioridades começará a ser discutida.

 

“Fundamentalmente, vamos defender o fortalecimento da categoria e da Polícia Civil e a busca por um serviço de melhor qualidade a sociedade no tocante à segurança pública”, comentou. Ele disse que seu nome foi defendido por um grupo “seleto” de delegados que comungam com a mesma opinião. Outras chapas ainda podem ser lançadas até durante a assembleia.

 

O grupo, no entanto, que deve ser eleito, será composto pelos delegados José Carlos, Flávio Saraiva (aposentado), Adriana Gusmão (Delegacia dos Crimes contra a Criança e o Adolescente), Talita Aquino (Delegacia de Homicídios da Capital), Eduardo Mero (Delegacia de Homicídios da Capital), Gustavo Henrique (Delegacia de Repressão ao Narcotráfico), Filipe Caldas (Divisão Especial de Investigação e Capturas), Thiago Prado (Delegacia de Roubos da Capital), Rodrigo Colombelli (Marechal Deodoro), Maria Angelita Sousa (Delegacia de Roubos e Furtos de Veículos), Cayo Rodrigues (Murici), Arthur César (Arapiraca), Leonardo Assumpção (Central de Flagrantes), entre outros.

 

José Carlos garantiu que a criação do sindicato surge como uma força a mais para a categoria dos delegados de Polícia em Alagoas. E será como um suporte para a Associação dos Delegados de Polícia Civil de Alagoas (Adepol), atualmente comandada pelo delegado Mário Jorge Barros, gerente da Divisão Especial de Investigação e Capturas (Deic).

 

Convocatória para assembleia de criação do Sindepol/AL

 

“A sociedade precisa saber que estamos unindo esforços para que Alagoas tenha certeza de que os delegados de polícia estão atentos a todos os fatos e acontecimentos referentes a segurança pública e sua atuação. Agora, a palavra de ordem entre nós é resgatar a Polícia Civil do Estado, preservando nossas atribuições e com transparência perante a sociedade alagoana explicarmos nossas dificuldades com isenção”, afirmou a delegada Fabiana Leão, que está engajada na criação da entidade.

A Gazetaweb apurou, junto à categoria, que “a militarização completa da segurança pública, evidenciada na gestão da pasta em Alagoas, é um dos maiores incômodos dos delegados. Para eles, a Polícia Judiciária está, cada vez mais, deixando de participar das decisões relativas a esta área. Além disso, será preciso resgatar as atribuições dos servidores da instituição que estariam sendo usurpadas sem permissão.

 

Os delegados dizem que o setor de inteligência para a atividade-fim da Polícia Civil está enfraquecido e foi montado, com estrutura de ponta, na Polícia Militar. O serviço reservado seria uma atribuição exclusiva da Polícia Judiciária e não nas secretarias de Estado, como a SSP, de acordo com o que defendem as autoridades policiais.

 

Um dos que foram ouvidos pela Gazetaweb disse acreditar que a sociedade está confusa com tantas operações integradas, sendo que a Polícia Civil está cada vez mais sucateada e longe de cumprir o seu papel institucional. Citam como exemplo a utilização permanente de agentes da Polícia Civil (como a Oplit e Asfixia) nestas ações, quando as delegacias estão carentes de policiais para atuarem na investigação.

 

A categoria ainda critica o fato de militares estarem cumprindo mandados de busca e apreensão e outros, os chamados P2, atuando como investigadores dentro da inteligência da SSP. Dizem que, no estado da Bahia, estas atitudes foram fortemente combatidas pelos delegados.

 

Gazeta Web

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